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Economia

Projetos ferroviários bilionários disputam grãos de Mato Grosso

Publicado em 25 de Maio de 2021 ás 10:00 , por Da Reportagem
Veja que ferrovias interligariam importantes regiões produtoras de MT – Foto: Arte/Divulgação

Celeiro do Brasil, celeiro do mundo, força no agronegócio. Várias são as formas de descrever a economia de Mato Grosso, e por isso o setor é hoje disputado por três projetos ferroviários bilionários que, aproveitando-se da perspectiva de ver dobrar a produção de grãos nos próximos anos, podem revolucionar a logística de transportes da produção agrícola do país.

Juntos, os três projetos demandariam em torno de R$ 40 bilhões em investimentos, para adicionar quase dois mil km à malha ferroviária do país. O mais adiantado é a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que será construída pela Vale.

Entretanto, é na Ferrogrão, que liga Sinop a Miritituba e Santarém/PA, que o Governo Federal aposta suas fichas. O complexo projeto enfrenta resistências no Ministério Público e críticas de especialistas que temem o risco de despejo de dinheiro público nas obras.

A expectativa é licitar a ferrovia ainda em 2021, mas isso depende de derrubada de liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a alteração de limites da Floresta Nacional do Jamanxim/PA para a passagem dos trilhos.

AMPLIAÇÃO

Em outra frente, a Rumo Logística tenta convencer o governo que tem direito a construir um ramal expandindo sua malha de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde para transportar a produção até o porto de Santos.

Hoje, a Rumo já opera no transporte de grãos de Mato Grosso por meio de seu terminal em Rondonópolis, mas a maior parte da produção agrícola local é transportada ainda por caminhões, que enfrentam longas distância e que se mostra ineficiente para esse tipo de carga.

Aliás, a duplicação completa da BR-163 em Mato Grosso e a pavimentação do trecho Norte da rodovia, concomitante ao traçado da Ferrogrão, já é motivo para os produtores locais comemorarem redução de 20% no custo do transporte – por mais que a perspectiva mais entusiasta esteja nos projetos ferroviários.

"O modal rodoviário hoje está superado, só utilizamos porque é o único que temos. Se não tivermos concorrência entre os modais de transporte, o frete sempre será caro", diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan.

Apesar de haver demanda para o trio de projetos, o temor de que a competição inviabilize investimentos bilionários é foco de embates entre empreendedores e o Governo, tornados públicos no fim de abril pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Na oportunidade, ele disse que questionamentos ambientais sobre a Ferrogrão são “cortina de fumaça” patrocinada “por interesses econômicos contra o projeto”.

Ele ainda acusou operadores de ferrovias de cobrar frete equivalente ao ferroviário para transportar grãos.

Freitas não citou nomes, mas a crítica foi dirigida à Rumo, única empresa que presta o serviço atualmente e apontada como a principal concorrente da Ferrogrão. A companhia, de fato, tem atuado nos bastidores para viabilizar seu projeto antes.

O incremento de tecnologia no campo propiciará o aumento da produtividade, cuja produção chegará a 120 milhões de toneladas de soja e milho em 2030, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Incluindo o arroz, Antônio Galvan fala em 150 milhões, dobrando a capacidade de produção atual.

“E tem todo o restante, algodão, pecuária, congelados... Depois vai aparecer minério e outras coisas. Com certeza, essas três ferrovias vão ter que ser ampliadas no futuro”, completou o presidente da Aprosoja Brasil.

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