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Economia

Nabo e capim mudam estrutura do solo e aumentam produção

Publicado em 14 de Junho de 2021 ás 08:22 , por Da Reportagem
Técnicas têm sido aplicadas em MT, que tem por desafio aumentar a produtividade – Foto: Divulgação

Reportagem publicada na última semana pelo portal UOL destacou o incremento da produtividade na agropecuária brasileira, especialmente em Mato Grosso. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher 271,70 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21.

Tecnologias de sementes, novas formas de manejo e de correção de solos pobres em nutrientes estão entre os fatores responsáveis pelo salto. Mas a constante aplicação de agroquímicos e a movimentação intensa de maquinário nas grandes plantações interferem nas plantas, que não atingem o desenvolvimento considerado ideal.

Por isso, a tendência é o que os produtores chamam de ‘construção de um perfil do solo’. É uma maneira de enriquecer a terra, tornando-a mais produtiva. Para isso, empregam técnicas como uso de nabo e capim para abrir espaço na terra para outras sementes.

De acordo com a gerente de defesa agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jerusa Rech, a construção de um bom perfil de solo está associada a técnicas de manejo implantadas pelo uso do plantio direto, iniciado lá na década de 1970.

As técnicas permitiram a semeadura diretamente sobre os restos das plantas colhidas – sem a necessidade de revolver o solo antes. E o desafio em MT é elevar a produtividade de grãos, na mesma área destinada a plantio.

"Temos muitas áreas arenosas, mas passíveis de produção desde que você trabalhe o perfil de solo. Assim, solos considerados ‘pobres’ passaram a ser mais bem aproveitados para cultivos como soja e milho “, diz Jerusa.

Nessas áreas de cerrado, o percentual de argila é baixo, e a água e os nutrientes que ela carrega tendem a se perder. Em áreas naturalmente argilosas a retenção de umidade é maior.

Além de aumentar a produtividade, a construção de um bom perfil de solo ainda traz vantagens ambientais, segundo Jerusa. O grande desafio da produção agrícola brasileira hoje é crescer sem a necessidade de abrir novas áreas.

Um bom perfil é aquele que forma um bom ambiente para o desenvolvimento da raiz. O engenheiro agrônomo Ithamar Prada diz que há casos extremos em que são necessárias intervenções mecânicas, por exemplo, para romper camadas compactadas pelo uso de máquinas pesadas.

“Temos aprendido bastante com o uso de plantas para fazer um bom perfil. Isso porque as diferentes raízes de determinados cultivos como a braquiária (um tipo de capim), milheto ou nabo forrageiro ajudam a formar a estrutura do solo. Elas abrem caminhos para as sementes”, afirma.

Os resultados de um bom perfil, segundo Prada, além dos aumentos no lucro do produtor, é que os solos podem ter maiores teores de matéria orgânica, melhor retenção de água, as plantas podem ter mais sanidade e o impacto ambiental será menor de um modo geral.

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