Maior retenção de fêmeas provoca queda no abate de bovinos

Nos cinco primeiros meses deste ano, o abate de bovinos caiu 11,24% em Mato Grosso. Esse resultado vem de um acompanhamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), considerando o período de janeiro a maio.
Para o Imea, são dois os fatores preponderantes para essa queda: uma é a escassez de ofertas, e a outra é uma maior retenção das fêmeas em muitas propriedades, principalmente naquelas que focam na cria.
A decisão de muitos pecuaristas em manter mais fêmeas no campo é um dos motivos para a redução do número de bovinos abatidos. No período citado, são 1,8 milhão de cabeças abatidas, enquanto no mesmo período do ano passado esse número era de 2,4 milhões – uma queda de 25%.
“Os números apresentados são robustos, de uma base fortalecida, até porque um rebanho de 31 milhões de cabeças seria o 9º rebanho do mundo. Então não é só apurado geneticamente, mas produzidos de maneiras diferenciadas, como pasto, semiconfinamento, confinamento, terminação de dois a três anos, terminação de machos e fêmeas”, afirma o gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita Júnior.
O maior recuo aconteceu na região Noroeste. Por lá, o número de abates caiu 22,3% nos 5 primeiros meses do ano.
“Esse período é de retenção de fêmeas e produção de bezerros. Hoje, o bezerro é muito valorizado nesta cadeia. O Noroeste é uma daquelas regiões com maior número de fêmeas aptas à reprodução. Os produtores locais preferiram reter essas fêmeas para produzir bezerros por estar muito valorizados”, destaca o gerente
“O boi mato-grossense tem sido valorizado. Seu preço de carcaça tem reduzido a idade e aumentado o volume. Quer dizer, estamos produzindo um animal maior em menos tempo”, completa Mesquita Jr.