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Agro

Sindicato alerta para fechamento de frigoríficos

Publicado em 19 de Agosto de 2021 ás 14:20 , por Da Reportagem
Sindicato lembra que pode não haver gado suficiente para abate – Foto: Divulgação

Maior produtor de carne bovina do país, Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo-MT) alerta para o risco de não ter gado suficiente para o abate.

Segundo o presidente da organização, Paulo Bellincantas, a arroba do boi, com atraso de anos, atingiu os patamares dos preços internacionais e permanecerá neles.

A realidade fez com que o preço da carne no mercado fosse reajustado de forma muito rápida, em um momento que a economia sofre com os impactos da crise sanitária desencadeada pela pandemia.

“São hábitos e costumes enraizados em nossa cultura e que precisarão se adaptar. A dura realidade da falta de matéria-prima tem trazido sérios problemas para o setor. Soma-se à ociosidade, que tem batido recordes a cada ano, o fator dos preços do produto final para o consumidor. O desequilíbrio entre a exportação e o mercado interno tem provocado um desequilíbrio maior ainda entre empresas exportadoras e não exportadoras”, disse Bellincanta.

O presidente do sindicato aponta ainda que o produtor da carne bovina concorre com o produtor de grãos, que chega a faturar cinco ou seis vezes mais que ele. Com isso, alguns dos produtores acabam alugando suas terras para a atividade agrícola.

As 33 indústrias frigoríficas instaladas em Mato Grosso trabalharam em 2020 com apenas 58,57% de capacidade. No ano de 2018, os frigoríficos abateram cerca de 5,31 milhões de animais, arrecadando R$ 297 milhões, saltando no ano de 2020 para R$ 432 milhões, com apenas 5.126.000 animais abatidos. Isto é, mais dinheiro com menos abate.

“Mesmo com a redução no número de abate, a arrecadação aumentou em 45%, em decorrência dos preços maiores. Bons números a serem comemorados, se não fossem os problemas que atingem a indústria no estado”, relatou Bellicanta.

OUTRO LADO
Após o apelo do Sindifrigo, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) se manifestou. Segundo explica, o abate de fêmeas gera impactos em toda a cadeia pecuária e resultam em épocas de alta e baixa nos preços da arroba. Com o bezerro também em preços recordes, cotado acima de R$ 2,5 mil, o preço da arroba estacionou acima dos R$ 300.

Entretanto, outros fatores podem ter levado a essa queda, como a seca, que afetam também a produção de milho e soja.

“A pecuária de corte é uma atividade influenciada por comportamentos sazonais que geram respostas no preço da arroba. Cerca de 60% da produção nacional de bovinos depende exclusivamente de pastagens, e a seca prolongada que rege o clima da região Centro-Oeste por mais de dois anos, contribuiu para agravar a escassez na oferta de animais em 2021”, diz trecho da nota.

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