Grupo de ativistas quer barrar financiamento da Ferrogrão

Um grupo com cerca de 40 entidades tenta barrar os mecanismos de financiamento da Ferrovia EF-170, a Ferrogrão, que terá 933 km entre Sinop e Miritituba/PA, e que tem o traçado paralelo à BR-163.
As entidades pretendem enviar uma carta aberta a bancos internacionais afirmando que o projeto estimula a grilagem e conflitos fundiários e aumenta pressão para diminuir unidades de conservação. O grupo também acusa o Governo Federal de não procurar rotas alternativas à ferrovia.
As entidades alegam que a ferrovia tem o potencial de desmatar uma área equivalente à cidade de São Paulo e pode afetar comunidades indígenas. O projeto da ferrovia encontra-se parado no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) devido a um trecho da ferrovia que passa dentro do Parque Nacional do Jamanxim, onde há reservas indígenas.
MINISTÉRIO NEGA
O Ministério de Infraestrutura disse que “alegar que a Ferrogrão seria ruim para o meio ambiente é não conhecer que hoje na BR-163 sobem 2 mil caminhões por dia e que em breve vai estar completamente saturada, o que vai obrigar a sua duplicação”.
A pasta disse ainda que a Ferrogrão está sendo estruturada para obter o selo verde junto à Climate Bond Initiative, o que possibilita a obtenção de crédito junto a fundos voltados a projetos sustentáveis.
“O Brasil é o único país no mundo em que precisamos nos esforçar para convencer que uma ferrovia é sustentável”, afirmou o ministro Tarcísio de Freitas.