Colheita do milho avança com quebras acima de 20% na produtividade

A colheita do milho segunda safra começou a ganhar ritmo em Mato Grosso. Saltou de 3,91% para 9,71% da área total cultivada, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Como previsto, os trabalhos seguem mais lentos se comparados às últimas safras, já que o plantio ocorreu mais tarde que em anos anteriores em decorrência do atraso da colheita da safra de soja.
Nesta mesma época do ano passado, por exemplo, 31,56% dos milharais já estavam colhidos. Já a média para as últimas cinco safras é de 25,99% de áreas colhidas neste mesmo período.
Conforme as máquinas avançam no campo, a preocupação de muitos agricultores aumenta. É que o desempenho das plantações tem deixado a desejar. Em Nova Mutum, por exemplo, são vários os relatos de produtores colhendo cerca de 30 sacas por hectare a menos que no ano passado, segundo o Sindicato Rural do município. Isso representa uma quebra de 20% a 30%, dependendo da área.
Em Sorriso, a situação também é alarmante. “Talhões que produziam 150 sacas por hectare, ‘estão dando’ 100 sacas de média este ano. Áreas em que colhíamos 120 sacas, estão rendendo apenas 90 agora”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Silvano Filipetto. Por lá, cerca de 27% das plantações já foram colhidos.
A apreensão fica ainda maior quando é levada em conta a situação das áreas semeadas mais tarde. Em Mato Grosso, 45% dos milharais foram cultivados em março, fora da janela “ideal” que termina em fevereiro no estado.
É que nestas áreas o impacto da estiagem deve ser ainda maior, já que coincidirá com fases importantes do ciclo da lavoura, entre elas, o enchimento de grãos.